11 Apr 2022
Diogo Barbosa *
Estamos a assistir no decorrer do ano de 2022 a um crescimento da inflação que se sente praticamente todos os dias nos bolsos dos portugueses. Os oliveirenses não são exceção. Toda a gente que vá realizar as suas compras apercebe-se do aumento dos preços no pão, na energia, nos combustíveis.
Segundo o Banco de Portugal, o valor da inflação podera este ano ser de 4%. Um aumento que as famílias já estão a sentir na sua economia diária, e que se poderá agravar até ao final deste ano. Deparando-nos com esta realidade é possível chegar a uma conclusão muito rapidamente. Os portugueses vão, de uma forma efetiva, ficar mais pobres este ano. Na semana passada abordei a questão do aumento dos combustíveis e reitero a mesma posição, o Estado deve intervir para limitar o aumento brutal dos preços. Essa intervenção deve existir para que o país não empobreça de uma forma tão brutal como nos anos que vivemos entre 2011 e 2015. Para além da questão dos combustíveis, esta intervenção deve existir também no que concerne ao mercado de arrendamento. Neste campo, os municípios tem um papel fundamental como garante da proteção das pessoas. Em Oliveira de Azeméis também verificamos o aumento das rendas, sem que o executivo municipal reaja. Ainda não fomos capazes de nos candidatarmos a programas como o 1º Direito, ou de criar uma política de arrendamento a custos controlados, medidas importantíssimas para os tempos que vivemos. Estas são medidas que poderão atenuar de certa forma o grave aumento do custo de vida que se tem verificado este ano.
Para além destas medidas, devemos também olhar de uma forma mais alargada para os nossos salários. Podemos olhar para as subidas salariais como algo de muito positivo em Portugal entre 2017 e 2021, com o aumento do mesmo na ordem dos 19%. mas, se olharmos para Espanha a subida no mesmo período foi de cerca de 33%. Numa perspetiva global estamos a perder poder de compra em relação aos nossos vizinhos. Para os que acham que o aumento do salário mínimo não é uma prioridade e que os aumentos obtidos nos últimos anos foram demasiado altos, aqui estaremos para garantir que este não será um país mais pobre.
* Porta voz da comissão política Concelhia do BE