18 Apr 2022
Diogo Barbosa *
Na semana passada abordei questões relacionadas com a inflação e o poder de compra dos portugueses, bem como medidas que poderiam dirimir o facto de este ser um ano em que vamos empobrecer.
Agora que temos o Orçamento do Estado para 2022 apresentado, e seguramente aprovado pela maioria do PS na Assembleia da República, é possível confirmar que esta situação de empobrecimento se vai mesmo verificar. E o Governo tem um papel fundamental a cumprir para que a situação não se torne catastrófica.
Enquanto o povo empobrece, continuamos a ter as grandes empresas dos setores da energia e da grande distribuição do setor alimentar a acumularem lucros astronómicos e a distribuírem dividendos pelos seus acionistas. Assim, continuamos a ter os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, sem que se veja uma linha programática por parte deste Governo com uma mão firme sobre aqueles que tanto ganham com o parco dinheiro que chega ao bolso dos portugueses todos os meses. Afinal, estes setores são aqueles a que mais recorremos no nosso dia a dia.
Uma das lógicas que guiaram as economias europeias do pós Segunda Guerra Mundial, foi a do “Estado Regulador”. Esse Estado foi desaparecendo com o surgimento das políticas neoliberais e assim as grandes empresas puderam crescer sem olhar ao mal que fazem as pessoas. É necessário que volte a regular, e não só nos combustíveis, como aqui já referi há umas crónicas atrás. É necessário que o Estado, através do seu Governo, seja capaz de regular os preços dos setores estratégicos como a energia, os bens alimentares e o mercado de arrendamento. Sem esta regulação não há portugues que aguente a subida dos preços a que temos vindo a assistir, sem se assistir a uma melhoria dos salários que acompanhem essas subidas.
O PS que subiu os salários, muito por pressão do Bloco de Esquerda e do PCP, é o PS que agora vira a cara à regulamentação e que vai novamente fazer de Portugal um país mais pobre.
* Porta voz da comissão política Concelhia do BE