Em
Correio de Azeméis

28 Jun 2022

Trabalhar Para Mudar

Bloco de Esquerda

Diogo Barbosa *

Admito que é com alguma estupefação que tenho observado nas últimas semanas o interesse da direita, partidária ou não, com os serviços públicos e com os salários dos portugueses. Isto acontece sobretudo devido a duas situações, os recentes problemas com as urgências, nomeadamente na obstetrícia e pediatria, bem como a inflação galopante que se faz sentir em todos os aspectos da vida, mas sobretudo nos combustíveis.
A minha estupefação advém do facto de que quem agora demonstra toda esta preocupação com aquilo que deve ser o papel do Estado, ser exatamente o mesmo corpo que ao longo dos anos da Troika tentou o máximo que pode encerrar e privatizar serviços públicos para encher os bolsos dos privados. Se temos a grande maioria das mulheres a acederem a hospitais e clínicas privadas, isto deve-se a essa mesma ânsia de privatização e de delapidação do serviço público levada a cabo pela direita portuguesa durante os últimos anos em que esteve no poder. É preciso ter muita lata para vir defender o serviço público quando durante anos o objetivo foi o de que o Estado fosse menos Estado e que a mão invisível do mercado iria tudo regular pelo melhor.
Não foi o que aconteceu. O que aconteceu foi uma tal desregulação do mercado e um retirar de regras, que fazem com que agora cada pessoa que necessita de se deslocar para o trabalho ponha menos pão na mesa. O que aconteceu é que a falta de intervenção do Estado nos setores estratégicos da nossa economia e daquilo que é essencial para uma garantia de bem estar da população, fizeram com que chegássemos à situação com que nos defrontamos hoje. Mesmo com as subidas do salário mínimo, que não corresponderam às acelerações do mercado dominado pela rapidez de conseguir o seu lucro, não é possível acompanhar a cavalgante inflação e o aumento do custo de vida que empobrece o país.
Seria proveitoso que este espaço de opinião fosse maior, contudo, deixo no ar, e espero voltar a este tema com maior profundidade, os termos da contratação pública que fazem com que muitos quadros essenciais para o nosso serviço público fujam para o privado. 
Disto a direita não se lembra.
 * Porta voz da Comissão Política Concelhia do BE

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