4 Jul 2022
Diogo Barbosa *
Creio que é um sentimento patente em todos os oliveirenses de que muito ainda há a fazer no nosso concelho para que tenhamos uma melhor qualidade de vida enquanto coletivo. Um dos aspetos mais importantes, e que o Bloco de Esquerda foi frisando ao longo dos anos, tem a ver com as zonas industriais. É certo e sabido que ao longo de vários anos, desde quando ainda não discutíamos zonas industriais, várias fábricas foram surgindo de forma desordenada pelo nosso território. Hoje em dia, e bem, temos zonas para o desenvolvimento industrial, mas continuamos a ter muitas unidades fabris em zonas de habitação e isto é um problema, que pelas mais diversas vertentes prejudica a nossa qualidade de vida, seja pela poluição, pelo ruído, pela circulação de veículos pesados em zonas residenciais. Para além disto, temos o problema dos acessos às zonas industriais existentes, sendo neste momento a Zona Industrial de Loureiro a que apresenta o caso mais complexo, pelas obras intermináveis aí existentes.
Ao olharmos para esta situação, defendemos há muito que a planificação do espaço para o nosso tecido empresarial deve ser alvo de uma grande reflexão que envolva os empresários, como é óbvio, o executivo municipal e as mais diversas freguesias. Ora, um plano destes não é possível de realizar num mandato autárquico e, muito provavelmente, nem em dois. Desta forma, cremos que ao invés de se discutir se as obras avançam mais ou menos lentamente, devíamos estar a discutir o futuro da indústria em Oliveira de Azeméis, seja pela sua sustentabilidade ambiental, que deveria estar no topo da agenda dos nossos industriais e do executivo, pela organização em rede das zonas industriais por forma a se resolverem os problemas acima referidos. Outro assunto, que poderá talvez gerar mais polémica, é uma discussão séria acerca da deslocalização de unidades fabris, que pela sua dimensão, afetam as populações residentes. Este assunto é de extrema importância, não é benéfico as pessoas viverem ao lado de unidades fabris e, para ser encontrada uma solução séria e viável, é necessário que as várias entidades responsáveis por estes setores tenham também a capacidade de pensar este assunto a longo prazo, sem soluções penso rápido.
* Porta voz da comissão política Concelhia do BE