26 Oct 2022
Diogo Barbosa *
Aproxima-se uma vez mais a discussão de um Orçamento do Estado, desta feita para 2023 e, em linha com os últimos anos marcados pela pandemia, um orçamento que se quer bastante exigente na resposta às dificuldades sentidas pelos portugueses no seu dia a dia. Da proposta que se conhece o que podemos antecipar é um ano de empobrecimento das famílias portuguesas.
Os aumentos anunciados pelo Governo não serão suficientes para o acompanhamento da evolução dos preços dos bens essenciais e parece estarmos bastante próximos de uma crise energética, da água, bem como alimentar. Isto não porque os produtos não possam chegar às nossas casas, com exceção da água no atual estado de seca, mas sim pela dificuldade cada vez maior que temos em os adquirir. Olhamos para este mês de outubro, em que chegam a milhões de portugueses 125€, os tais 50€ por criança ou jovem até aos 25, e até os 10€ que caem a mais este mês na conta dos pensionistas.
Não devemos partir de um princípio de olhar para a função social do Estado de soslaio. Mas, em que medida vão estas ajudas, que chegam apenas este mês, resolver de uma forma estrutural os problemas de uma população que necessita de roubar latas de atum num supermercado para sobreviver? Nenhum, esse e que é o grande problema. E não parece também que a proposta do Orçamento de Estado para 2023 seja uma proposta capaz de solucionar esses problemas.
A maioria absoluta do PS pode até dialogar, mas no final de contas irá aprovar o orçamento que lhe aprouver e que não demonstra capacidade para responder aos problemas da nossa sociedade. Mesmo com os aumentos anunciados a população irá perder poder de compra, irá perder qualidade de vida. Esse caminho é o da nova austeridade, desta feita pelo governo maioria do PS que irá conduzir o país ao empobrecimento.
* Presidente Comissão Política Concelhia do BE de oaz