Diogo Barbosa *
No passado fim de semana, no Porto, aqui bem perto, realizou-se o Fórum LGBTQI+, organizado pelo Bloco de Esquerda.
Este foi um mometo de dabate acerca do que ainda precisamos alcançar enquanto sociedade para que todas as pessoas, independentemente do seu sexo ou orientação sexual sejam tratadas como iguais. Lembro que foi apenas hà quarenta anos que a homossexualidade deixou de ser crime em Portugal e apenas em 2007 foi legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas estas conquistas não representam o fim deste caminho.
Com a pandemia, as pessoas da comunidade LGBTQI+ foram das mais afetadas, precisamente por pertencerem a um grupo social mais vulnerável, o que as deixou mais expostas, principalmente as não-binárias, trans e racializadas. Ainda que a legislação portuguesa tenha evoluído no sentido da não discriminação, o mesmo não se verifica na realidade social do dia a dia, onde essa mesma discriminação existe. É visível no acesso ao trabalho, à habitação, à saúde, sendo várias as camadas de ostracização social que ainda vão existindo.
Num ano que se inicia com muito maiores dificuldades para a grande generalidade da população portuguesa, acima de tudo pela crise inflacionária que o Governo teima em não por mão (basta olhar para Espanha e ver o que aconteceu com a redução dos impostos, sobretudo ao nível daquilo que chamamos a “cesta básica”), as pessoas mais vulneráveis, não me referindo apenas à comunidade LGBTQI+, mas também aos refugiados, aos migrantes vítimas da escravatura no sul do país e tantas outras, ficam sempre para trás.
Não podemos permitir enquanto Estado, e recordo que o Estado somos todos nós, que pessoas continuem a ficar à margem por serem pura e simplesmente como são. As pessoas não são todas iguais, mas devemos saber tratá-las de forma igual.
Há ainda um longo caminho a percorrer para vencer o conservadorismo e acabar com a discriminação a determinados grupos de pessoas, mas o Bloco de Esquerda aqui estará para fazer essa luta.
* Porta-voz da Concelhia do BE