18 Apr 2023
Diogo Barbosa *
Mais um período letivo e nova greve de professores. Desta feita a paralisação por distritos começa no Porto e termina em Lisboa.
Algumas das principais reivindicações são a recuperação do tempo de serviço e a eliminação das quotas que impedem muitos professores de acederem aos quinto e sétimo escalões da profissão. Escusado será mencionar o papel fundamental que os professores têm para a construção de cidadãos e cidadãs numa sociedade desenvolvida. Mas é difícil ser um bom profissional quando a carreira não é apelativa nem tem a devida valorização ao longo do período da mesma.
A magia que o governo utiliza nas suas propostas deixa de fora muitos docentes que ficaram a aguardar vaga para subir de escalão. Basta terem tido uma baixa superior a trinta dias, um ano de horário incompleto ou terem passado pelos arquipélagos para ficarem de fora deste “descongelamento”. Feitas as contas reais muitos professores irão ficar de fora neste processo. Isto não é justo.
E é por isso que os professores, com todo o direito, irão iniciar mais uma jornada de luta pelo que lhes é devido. Uma profissão, a de ser professor ou qualquer outra, só é bem exercida se lhe for reconhecido o devido valor. Ora é o que não tem acontecido nos últimos largos anos, com a classe docente a ser relegada para um patamar de quase irrelevância. Não é isso que se pretende num país democrático.
Demonstramos aqui toda a solidariedade para com a luta dos professores, para que as suas carreiras sejam justas, para que o regime de Mobilidade por Doença seja revisto, que os requisitos para a aposentação sejam também alvo de revisão e tantas outras coisas que ainda estão por resolver, quando o que existe é uma falsa mesa de negociações.
* Porta-voz da Concelhia do BE