Diogo Barbosa *
Vivemos um tempo estranho na democracia portuguesa. O governo de maioria absoluta tem ar de absolutismo a cada ministério e, até, o Presidente da República tem vindo a dar “puxões de orelhas” ao executivo, não dissolvendo o Parlamento em nome da estabilidade. Contudo, o que acontece é que este governo não dá estabilidade à vida das pessoas.
Recordando o caso do Ministro das Infraestruturas, João Galamba, que está em moda no momento político atual, é apenas mais uma demonstração de que o PS não sabe governar em maioria absoluta, quis tudo para si pensando que se podia esquivar ao escrutínio da oposição e dos portugueses.
Sobre este caso em concreto esperemos, a bem do país, que as audições na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a TAP, constituída a pedido do Bloco de Esquerda, de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, e do próprio João Galamba esclareçam todas as dúvidas acerca daquilo que se passou e passa dentro da companhia e, já agora, no governo.
Olhando para o tempo de vida deste governo, pouco mais de um ano, este está envolto em polémicas que não são mais que os vícios criados ao longo dos anos de democracia de distribuir lugares pelos “boys”. Secretários de Estado por um dia, saltitar de lugares até chegar ao governo com indemnizações gigantescas, coordenadores de política governamental a quem pagam centenas de milhares de euros por pavilhões inexistentes. Não vale a pena continuar.
Esta forma de governar não é positiva para a vida das pessoas. Seria de esperar de um governo de maioria absoluta, principalmente um que se propôs a melhorar a condição de vida dos portugueses, que tivesse mais tino e organização.
O que decorre de tudo isto é que a condição económica da maioria das famílias portuguesas está num acelerado estado de degradação, sem que o governo consiga dar uma resposta sólida que faça parte da solução e não dos problemas. Esta falta de rumo traz consequências graves para todos nós, enquanto a direita tradicional se alia à extrema direita como forma de voltar ao poder.
Assim é difícil que os portugueses tenham uma vida digna.
* porta-voz da Concelhia do BE