23 May 2023
Diogo Barbosa *
Começamos o ano de 2023 com grandes problemas para as famílias portuguesas. O aumento da inflação, o aumento das taxas de juro nos empréstimos à habitação. Nenhum destes problemas essenciais está a ser resolvido com eficácia por parte do governo. Novelas e casinhos à parte, quem sofre com tudo isto são sempre as pessoas mais desfavorecidas, mas também a classe média, que os últimos governos tem insistido em tornar numa classe pobre.
Pelo contrário, e devido aos aumentos sucessivos das taxas de juro, os bancos portugueses estão cada vez mais ricos. Para que se tenha uma noção do que aqui se trata, os bancos na sua generalidade lucraram mais de 10 milhões de euros por dia, Tudo isto à custa do trabalho das pessoas mais desfavorecidas que não sabem se chegam ao fim do mês com dinheiro para pagar a sua alimentação, a sua casa. É como se cada portugues desse um euro por dia aos bancos para estes encherem os seus cofres enquanto passam dificuldades.
Para além disto convém lembrar que estes bancos foram tendo ao longo do tempo ajuda do Fundo de Resolução, que também é pago com as contribuições de quem trabalha. Os bancos não andam a guardar dos portugues, os bancos andam a roubar o dinheiro dos portugueses para continuarem a alimentar os seus fundo de investimento, muitas vezes em capitais de risco e fundos de especulação, próprios da estrutura de exploração capitalista.
Contas feitas, os lucros dos bancos tem aumentado à custa de um esforço cada vez maior.
Recordar que o ponto três do artigo 65º da Constituição da República Portuguesa diz o seguinte: “O Estado adotará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria”. Este governo já chumbou uma proposta do Bloco de Esquerda que visava este equilíbrio entre o rendimento das pessoas e o valor a pagar pela sua habitação. Propomos agora que estes lucros excessivos sejam taxados e devolvidos a quem tanto necessita de condições para conseguir pagar o que deveria ser um direito adquirido.
* porta-voz da Concelhia do BE