Diogo Barbosa *
Escrevo esta semana quando, do ponto de vista político, já está clarificada a decisão do Presidente da República de que iremos ter eleições antecipadas no próximo dia 10 de Março, devido à demissão do Primeiro-Ministro.
Para utilizar as palavras do próprio, “à política o que é da política, à justiça o que é da justiça”. O que é certo é que o tipo de promiscuidades que alegadamente se apresentam são a regra do regime, em que o facilitismo e o privilégio da realização de alguns negócios em Portugal estão bem presentes.
Uma das propostas para que estes facilitismos não viessem a ter lugar partiu do Bloco de Esquerda, com o objetivo de terminar com os PIN (Projetos de Interesse Nacional). Iniciados por José Sócrates têm sido alvo de vasta contestação e, ao que parece, estão acima da lei. Que interesse nacional tão urgente é esse em que se pode colocar a lei de lado? Que interesse nacional é esse que fez António Costa vir dar uma mensagem de tranquilidade aos beneficiários desses projetos, em vez de dar tranquilidade aos portugueses? E porque esses projetos estão acima da lei, das populações, do direito ambiental?
Quero reiterar que a justiça prosseguirá o seu caminho e retirará as suas conclusões, pelo que qualquer julgamento em praça pública não irá beneficiar de forma nenhuma a população portuguesa.
Contudo, é necessário que politicamente esta proposta do Bloco de Esquerda seja acolhida para evitar o que tem acontecido até agora. PS e PSD abraçaram esta ideia dos Projetos de Interesse Nacional para distribuirem favores pelos mesmos de sempre, não é com uma mudança de Governo que estes projetos irão ver o seu fim. Estes projetos representam o pior que o lobby tem em Portugal e acabar com eles é imperativo.
Vem aí um novo quadro político e de novo aqui estaremos para acabar com este regime de pressão que existe sobre o Estado Português, onde as empresas não querem saber da lei, das populações e do ambiente. Aqui estaremos.
* Representante do BE