29 Nov 2023
Diogo Barbosa *
Vivemos um período de instabilidade e de crise política, que nos obriga enquanto cidadãos a tomar novamente as nossas escolhas relativamente ao rumo do país.
Em primeiro lugar quero referir que por várias vezes afirmei neste espaço que a maioria absoluta não era sinónimo de estabilidade e, muito menos, sinónimo de poder absoluto. Não tivemos a estabilidade que os portugueses procuraram nas urnas e tivemos a prova de que esta maioria absoluta do PS não serviria para defender os interesses dos portugueses. Isto, independentemente dos casos judiciais que agora fazem correr tinta nos jornais. O PS, tal como o Bloco de Esquerda afirmou várias vezes, procurou garantir o poder absoluto com a maioria absoluta e falhou. Muitos afirmaram que a maioria absoluta traria estabilidade governativa, mas o que vimos foi um governo que durou um ano e meio. Será irónico que a última legislatura que se cumpriu até ao fim foi a da chamada Geringonça e que voltou a trazer esperança aos portugueses?
Convém também lembrar que o último governo do PSD/CDS, liderado por Passos Coelho abriu caminho a uma nova direita mais agressiva que, certamente, irá significar um retrocesso sem precedentes na qualidade de vida dos portugueses, dos imigrantes e refugiados que acolhemos e devemos saber acolher no nosso país. Portanto, o primeiro objetivo das próximas eleições terá que passar necessariamente por derrotar a direita. Sou daqueles que acredita que Luís Montenegro se irá valer da extrema direita caso esta lhe seja imprescindível para a formação de um governo. Há um objetivo que, pelas conquistas que tanto custaram a ganhar com a chegada da democracia, temos que ganhar.
O Bloco de Esquerda, agora como antes, apresenta-se como uma solução para acabar com a promiscuidade entre o público e o privado, como as portas giratórias, os grupos de pressão do capitalismo, e tantas outras coisas que apenas têm como objetivo o lucro e não a melhoria da condição de vida das pessoas.
Iremos ter um combate difícil, mas aqui estaremos para procurar trazer estabilidade e uma vida boa aos portugueses todos, não só a alguns.
* representante do BE