12 Mar 2024
> Diogo Barbosa
Nestas eleições legislativas houve uma clara viragem à direita. No caso do Bloco de Esquerda, apesar de termos mantido o mesmo número de deputados, conseguimos aumentar a nossa votação em cerca de trinta mil votos. A nossa proposta transformadora da sociedade chegou a mais pessoas, mas tal não se refletiu na distribuição de mandatos, tendo falhado o objetivo aqui, no distrito de Aveiro, de elegermos o nosso camarada Moisés Ferreira, que tanta falta faz ao parlamento quando a direita mais extremista tem um resultado que é um verdadeiro perigo para o país.
Tal como assumido durante esta campanha, e tal como está na génese do nosso partido, estaremos dispostos a lutar para impedir que a direita seja governo. Existe uma alternativa de esquerda para lá do PS, e nós aqui estaremos para fazer parte dela, lutando todos os dias para que as pessoas do nosso país possam ter melhores condições de vida.
Houve um claro chumbo por parte da população portuguesa aos últimos dois anos de governação em maioria absoluta por parte do PS. Não observando uma grande erosão no eleitorado à esquerda do PS, onde apenas a CDU perdeu votação, com o Bloco a manter a representação parlamentar e o Livre a chegar aos quatro deputados, o cartão vermelho que o país deu ao PS caiu direitinho na extrema direita populista que soube cativar os votos dos descontentes com o seu discurso que em nada contribui para uma melhoria das condições de vida de todos nós e que representam uma ameaça séria ao nosso sistema democrático, ainda que ele não seja perfeito.
Pululam na Europa e noutras partes do mundo, como são bem patentes os casos dos Estados Unidos da América, a Argentina e do Brasil, partidos populistas que agarram o voto dos eleitores, com discursos de ódio que nos colocam uns contra os outros. As suas políticas são criminosas, atentam contra a liberdade dos cidadãos, principalmente as mulheres, os imigrantes, as pessoas que professam uma religião que não a sua.
Deu muito trabalho para conquistar Abril. Não vamos parar agora, vamos à luta.
*representante do BE