> Diogo Barbosa
Estamos a poucos dias das eleições para o Parlamento Europeu, onde Portugal irá eleger 21 representantes. No último espaço em que aqui escrevi abordei as propostas do Bloco de Esquerda para aquilo a que chamamos de Ação Climática, apresentando algumas das nossas propostas para o Clima e Transição Energética.
Não irei abordar novamente esta temática, mas antes fazer uma reflexão que me parece ser importante. Existe, no contexto atual em que vivemos uma desconfiança relativamente às instituições, aos governos, do local ao europeu, que nos traz uma visão distorcida da democracia e de como ela é um instrumento importantíssimo que cada um de nós carrega nas suas mãos. Um dos resultados diretos desse descontentamento é uma adesão às ideologias populistas, que apresentam um discurso fácil, baseado no ódio e desconfiança relativamente ao outro, que só nos afasta do caminho de progresso que devemos abraçar em conjunto. E quando falo de progresso não falo de crescimento desenfreado, mas sim de condições básicas para que todos possamos viver com dignidade.
Todo esse ódio e desconfiança traz-nos desesperança e incerteza relativamente ao nosso futuro, é esse caminho de esperança que queremos traçar. Vou utilizar a expressão de Mariana Mortágua que mais me marcou no seu discurso de encerramento na Convenção do Bloco de Esquerda em que foi eleita coordenadora do partido a que pertenço. “Estamos aqui para que as pessoas tenham uma vida boa”. No que diz respeito às instituições europeias, para que tenhamos uma vida melhor é necessário que estas se alterem estruturalmente dando mais poder ao Parlamento Europeu, relativamente ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia, a título de exemplo. A política monetária da Europa não pode ser decidida num gabinete de contabilidade, mas sim em democracia com o Parlamento Europeu a assumir essa centralidade.
Votar no Bloco de Esquerda é votar nessa centralidade dos povos acima das instituições.
Diogo Barbosa, representante do BE