16 Sep 2024
> Diogo Barbosa
Falta pouco menos de um mês para dar entrada na Assembleia da República a proposta para o Orçamento do Estado de 2025. Este governo tem a vida dificultada por ser minoritário, ao mesmo tempo que vai começando a ensaiar a sua vitimização ou glória, consoante o resultado final que se venha a obter. Não será novidade para ninguém que o Bloco de Esquerda, fiel à sua matriz, irá votar contra o Orçamento porque ele não serve os cidadãos. Não é possível votar a favor de um Orçamento que, já se sabe, irá descongelar o valor da propina, quando o caminho deveria ser o da sua extinção. Não vimos também, até agora por parte deste governo, políticas que travem a especulação imobiliária, que aumentem os apoios sociais a famílias carenciadas com filhos a estudar. Se queremos investir no futuro do país, como é que o vamos fazer quando, no presente ano letivo, uma família tenha que gastar cerca de 900€ por mês para ter um filho a estudar. Ora, se o ordenado mínimo se encontra nos 820€, é fácil imaginar o esforço que uma família tem de fazer para que os seus filhos possam procurar um futuro melhor. Só com um reforço da ação social, das bolsas, da redução da propina é que podemos garantir condições dignas aos nossos estudantes, o futuro do nosso país.
O Plano de Emergência do SNS também se está a revelar um fracasso. A política neoliberal deste governo procura desmantelar aos poucos o SNS e substituí-lo pelos privados. Quando se celebram os 45 anos do SNS, é triste ver urgências fechadas, principalmente na área da obstetrícia, e com serviços paupérrimos. Só um investimento forte, nomeadamente nas carreiras, procurando oferecer atratividade para um setor que faz parte da espinha dorsal do nosso país, é que poderá inverter este caminho de degradação da nossa qualidade de vida pública.
Um último tema tem que ver com a situação da TAP. Não é compreensível que uma companhia, que representa valores estratégicos para Estado, comprada com o seu próprio dinheiro, esteja outra vez na berlinda para ser privatizada com a mesma pessoa que a vendeu de forma ruinosa a estar encarregue novamente deste dossier.
Diogo Barbosa, representante do BE