Trabalhar Para Mudar

Os Estados Unidos da América não param de surpreender o mundo. A eleição entre Donald Trump e Kamala Harris não foi assim tão renhida e, logo na noite eleitoral, se soube que Donald Trump vai ocupar mais uma vez o teórico lugar mais poderoso do mundo. 
Ao contrário do que fizeram os republicanos na eleição de 2020 não vou entrar na ideia da fraude eleitoral. O povo americano escolheu e Joe Biden já prometeu uma transição pacífica. O grande problema de mais uma vitória de Donald Trump é que é uma vitória do racismo, da xenofobia, contra as mulheres e contra quem trabalha.
Esta vitória simboliza a derrota de um partido democrata cúmplice do genocídio de Israel em Gaza e que, do ponto de vista interno, não resolveu os problemas de quem trabalha. Trump também não vai resolver esses problemas, aliás só vai agravá-los. Claramente, um líder que afirma ir deportar 8 milhoes de pessoas logo no início do mandato, que vai proteger as mulheres quer estas queiram ou não, falando claramente das suas políticas anti aborto, entre tantas outras coisas é uma ameaça à liberdade e à democracia. A sua eleição representa a falha enorme que o partido democrata teve durante este mandato relativamente à vida das pessoas. Apesar de os Estados Unidos se encontrarem numa situação de quase pleno emprego, a inflação continua a galopar e os salários não a acompanham. Basta ver a grave inflação que tivemos em 2022 e 2023 para perceber que o poder económico se perde muito rapidamente. E foram essas pessoas que Trump foi ganhar. O grande problema é que Trump não vai resolver os seus problemas, antes acentuá-los com as suas políticas erráticas e de guetização que só trarão ainda mais conflitos internos à sociedade americana.
Já sabemos do que Trump é capaz e que tipo de problemas pode trazer ao mundo. Mas o partido democrata tem responsabilidades. A primeira escolha com Joe Biden revelou-se desastrosa e a entrada de Kamala Harris, fora de tempo e sem uma preparação real do partido, devem levar os democratas a repensar a sua estrutura para terem atores fortes capazes de vencer o ódio.

Diogo Barbosa, representante do BE