8 May 2025
Opinião Política Bloco de Esquerda
> Diogo Barbosa
As campanhas já estão oficialmente na rua e, quando sair esta crónica irão faltar apenas 12 dias para todos nós exercermos o nosso direito e dever cívico. A discussão atual, de um ponto de vista mais global, tem-se centrado nos casos de Luís Montenegro, que ao que parece, têm tido mais desenvolvimentos à medida que as eleições legislativas se aproximam. Para apimentar a discussão surgiu, mesmo antes do debate entre todos os partidos com assento parlamentar, a ideia de notificar cerca de 18 mil imigrantes, que não têm a sua situação regularizada, para saírem do país. Repare-se bem, o esforço por parte do governo não está a ser a mais rápida legalização possível destas pessoas, é utilizar os recursos do Estado para as expulsar, num momento em que o nosso país tanto precisa de gente para trabalhar.
Enquanto discutimos a falta de ética e o aproximar à extrema direita falta discutir aquilo que é nosso, e que tem que continuar a ser. Um dos grandes objetivos da próxima legislatura, por parte do Bloco de Esquerda, é a garantia de que não haverá novamente uma privatização da TAP. A companhia aérea portuguesa é uma empresa demasiado estratégica e dotada de uma importância tão grande que deve permanecer nas mãos do Estado. O mesmo com os hospitais. Convém lembrar que o governo que ainda se encontra em funções, ensaiou a maior privatização de sempre, chegando até aos centros de saúde. Com o Bloco de Esquerda a saúde manter-se-á nas mãos do Estado, bem como os comboios. Todos estes serviços são demasiado importantes para serem entregues aos privados.
Ao contrário dos partidos do chamado arco da governação, o Bloco de Esquerda não irá permitir que se abra uma ferida no Barroso, com a exploração mineira do lítio a sobrepor-se ao interesse das populações que não o querem. Destruir território natural e expulsar populações das suas terras não é o contributo nem o caminho que se deseja para uma transição energética justa.
Há muito para discutir além da promiscuidade e xenofobia deste governo. Façamos esse caminho.
Diogo Barbosa, representante do BE