22 May 2025
Opinião Política Bloco de Esquerda
> Diogo Barbosa
O resultado eleitoral das eleições legislativas do passado domingo, representa uma grande derrota para o espetro político à esquerda no nosso país. Na vitória, como na derrota, aqui estamos para dar a cara e continuar a luta. São cerca de 150 mil os votos a menos que o Bloco de Esquerda obteve desde a eleição do ano passado, e não temos nenhuma razão de satisfação, apenas mais razões para sermos mais fortes na luta, nas ruas, nas escolas, nas universidades, nos locais de trabalho.
Foi uma campanha difícil, talvez uma das mais difíceis para a esquerda, quando por todo o mundo são cada vez mais as forças populistas e anti-democráticas que ganham força com base numa mensagem de ódio contra as mulheres, as pessoas da comunidade LGBTQI++, os migrantes e os trabalhadores. Consigo arrastam e afundam a esperança, enquanto semeiam semeiam o ódio. São também tempos difíceis, não foi só esta campanha eleitoral e o momento em Portugal que atravessa uma conjuntura complexa. O primeiro quarto do Século XXI traz-nos desafios gigantes, desde tentativas de crescimento imperialistas, por parte da Rússia, China e Estados Unidos, ou mesmo agora entre a Índia e o Paquistão. O genicídio em Gaza com a complacência dos três partidos mais votados em Portugal. É novamente uma época bélica, seja pela força das armas, da cibernética ou da própria economia. São tempos estranhos estes em que vivemos.
Não é pelo facto de o Bloco de Esquerda ter ficado apenas com a Mariana Mortágua como deputada que a nossa luta vai abrandar ou arrefecer. Desde as primeiras eleições para a Assembleia Constituinte que o nosso espetro político carrega o fardo de lutar contra os grandes interesses, o grande capital e, acima de tudo, contra o medo. Lutamos contra o medo de que nos pisem, de que nos escravizem, que de nos tentem deseducar. E vamos continuar a fazê-lo de cabeça erguida.
Refletir, reorganizar, lutar e alargar. São estes os nossos compromissos que começam já com as próximas autárquicas.
Diogo Barbosa, representante do BE