Uma “embrulhada”

Helena Terra

Helena Terra *

As últimas semanas parecem ter tido o debate político marcado pelo orçamento de estado e as várias negociações levadas a cabo pelo primeiro-ministro do governo, muito minoritário, e os restantes partidos, mormente o líder do maior partido da oposição, o PS.
Lamentavelmente, isto não é verdade. As conversas existentes entre o primeiro-ministro e os restantes líderes partidários, a propósito de orçamento não são tidas na praça pública (não tinham nem deviam ser) e, para alimentar os media, têm sobrado, em meu entender, algumas questões de pequena política e, até de baixa política. 
Bem sabemos o quão é importante um orçamento de estado para a execução das políticas propostas no programa de governo que os eleitores sufragaram com maior número de votos. Há quem diga que esta diferença de número foi pequena, eu digo que foi a que foi e a que os eleitores quiseram que fosse.
O que temos visto, lido e ouvido são questões de pequena “barganha” partidária. Um primeiro-ministro que começa por dizer que apresenta um contraproposta negocial ao PS que é irrecusável, mas que, à cautela fez um comício, em tom moderado, apelidado de entrevista, o que foi, no mínimo, insalubre. E só não é possível chamar-lhe uma conferência de imprensa do primeiro-ministro porque, afinal esteve lá, apresentada como entrevistadora, a Dr.ª Maria João Avilez.
Depois disto, o líder do PS, com vontade de votar contra o orçamento, foi tropeçando nos próprios pés, até tropeçar, durante várias horas, com os demais deputados eleitos do PS, em reunião de grupo parlamentar. É por demais evidente que o PS tem de deixar passar o orçamento de estado e tem de deixar de dar palco ao CHEGA. A diferença de 1% no IRC não pode, em nenhuma circunstância, ser invocada como uma convicção para que o PS não decida pela abstenção. Tudo o resto é fogo fátuo que nem jornais vende.
Propositadamente, não vou escrever sobre o facto de, no passado fim de semana, todas as distritais do PS terem estado em congresso estatutário distrital, exceto o distrito de Aveiro. Este sim, poderia ser um assunto interessante para os média regionais…
Adiante, porque daqui a um ano há umas eleições autárquicas para disputar e as máquinas partidárias, há muito deviam estar a marcar as agendas políticas locais e regionais e, nem por isso, temos assistido a grande coisa por parte de alguns, sendo que, por parte de outros, não temos assistido a nada.
Por cá no que toca aos principais protagonistas “virará o disco e tocará o mesmo”, porque o PSD está mergulhado na maior crise partidária de que há memória e vão faltando “oficiais” prontos para o combate. 
Há juntas de freguesia que terão de recrutar novos candidatos porque os seus presidentes esgotam agora o número máximo de mandatos consecutivos. Outras há onde é bom que se recrutem novos protagonistas porque os atuais não têm nem ação nem protagonismo. E naquelas onde os dois principais partidos não apresentaram candidatos, numa aritmética difícil de entender, é bom que o façam, sob pena de perderem o que lhes sobra de implantação nesses territórios.
 * Advogada
 

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