30 Nov 2021
Bruno Aragão *
A gestão da pandemia é um equilíbrio sempre difícil entre recursos disponíveis e expectativas legítimas das pessoas. Já fomos dos piores do mundo, já fomos dos melhores. Já nos achámos incapazes de montar uma operação de vacinação, mas conseguimos ser o país do mundo que mais vacinou. Já nos queixámos do Serviço Nacional de Saúde e já louvámos a sua enorme capacidade. Já vaticinámos o caos várias vezes (e estivemos perto), mas continuamos a ter um dos SNS que melhor respondeu e resistiu. Por mais duro que seja, a definição de uma pandemia carrega consigo essa enorme pressão sobre os sistemas de saúde e sobre os sistemas de apoio social, só para citar os que lhe respondem diretamente.
Recentemente, com a necessidade de ministrar uma terceira dose da vacina, voltaram a abrir os centros de vacinação. É aqui que, mais uma vez, se faz sentir a exigência dos equilíbrios. E temo-lo sentido todos a propósito da localização do Centro de Vacinação em São João da Madeira, para servir os utentes de Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra. Há, nesta opção, dois grandes fatores que requerem equilíbrio:
1. Uma gestão de recursos físicos e humanos que garanta que, em menos tempo, conseguimos vacinar mais pessoas. E que o fazemos sem diminuir a capacidade de atendimento nos hospitais e centros de saúde. Enquanto cidadãos temos que procurar compreendê-lo e acreditar que as autoridades de saúde procuram tomar as melhores opções.
2. Uma gestão das expectativas das pessoas, da sua capacidade ou condições de mobilidade, do esforço de se fazerem deslocar pessoas dos dois concelhos com mais população para o concelho com menos população. As autoridades de saúde têm que o compreender e têm que procurar responder às queixas, muitas vezes fundamentadas e reais.
Por isso é que as decisões têm que ser permanentemente revistas e, quando tomadas, têm que ser comunicadas. Só as podemos compreender se as conhecermos.
* Presidente da
Comissão Política
Concelhia do Partido Socialista