30 Mar 2022
Diana Pereira *
A Saúde Mental tornou-se, nestes meses de pandemia, um dos temas mais discutidos na área da Saúde.
A sua discussão tornou-se agora tema recorrente e, parecem apontar vários estudos, será uma das consequências da pandemia por vários anos, mesmo quando o vírus deixar de ser uma razão de preocupação. Por isso mesmo, refletir abertamente sobre esta área da saúde, reconhecendo-se o estigma que carrega, é muito importante. Foi com esse espírito que a Juventude Socialista, numa Open Night, o fez.
Sendo transversal a toda a sociedade, foi a infância e a juventude que mais se ressentiram e que apresentam hoje maiores ameaçadas à sua saúde mental. As alterações profundas à socialização e ao relacionamento entre pares, tão importantes nestas fases de desenvolvimento, trouxeram consigo consequências de isolamento, de depressão e de ansiedade que nos devem despertar. Também os trabalhadores que perderam o seu emprego ou que sentiram o lado negativo do teletrabalho, ou os idosos que ficaram meses privados de contato real com os seus familiares, estão hoje sujeitos a maior risco.
Sabemos como a discussão destes temas é sensível, pelo estigma que durante anos foi criado. Sabemos como há, de certa forma, um juízo moral negativo sobre a saúde mental, resultado de muita desinformação.
Só há por isso uma forma que é promover a discussão aberta, refletir sem preconceitos e perceber que a saúde mental é apenas uma dimensão da saúde da qual devemos cuidar tão bem como cuidamos da saúde física. Como jovens, talvez não tenhamos a experiência e a maturidade que só a idade traz. Mas temos, precisamente por isso, a vantagem de poder falar sobre isso com mais naturalidade. Não só é saudável enquanto comunidade, como é necessário para seja em realidade da política pública. Afinal, é também essa a obrigação de uma juventude partidária, pelo menos como a sentimos: irreverente, consequente e responsável.
* Membro do Secretariado Concelhio da JS Oliveira de Azeméis