9 May 2022
Bruno Aragão *
Ainda a propósito da aprovação de contas na última Assembleia Municipal. 2021 foi ano muito difícil. Apesar de parecer que foi há muito tempo, estivemos a parte inicial do ano confinados e enfrentamos o pior pico da pandemia. Muita gente esteve em teletrabalho e grande parte dos alunos esteve em casa com aulas à distância.
Mesmo assim, foi um dos anos de maior investimento de sempre da autarquia. Seguramente o maior da última década. Foi o ano da maior baixa de impostos de sempre, com a redução do IMI para a taxa mínima e com a autarquia a abdicar de mais de uma milhão de euros, diretamente a favor das pessoas. Foi um ano de reforço de apoios sociais, do cheque-farmácia ao vale educação. Foi um ano de apoio às instituições, que enfrentaram um desafio gigante. Foi um ano de recuperação sem precedentes da rede viária e de continuação da expansão das redes de água e saneamento. Em qualquer destas áreas, como sempre dissemos, há ainda muito a fazer.
A oposição que se decida:
1. Em 2021 disseram que estávamos a tornar o concelho num estaleiro, agora acham que investimos pouco.
2. Em 2021 disseram que estávamos a gastar dinheiro como nunca, por ser ano de eleições, agora dizem que gastámos pouco.
3. Em 2021 disseram que só fazíamos alcatrão (como se não fosse de facto uma necessidade), em 2022 visitam locais que ainda não levaram alcatrão (e que o esperam há anos).
Impõe-se, por isso, a pergunta. Se durante anos votaram a favor de contas com muito menos investimento, mais impostos, muito mais desperdícios, muito mais dívidas, menos apoios, porque votar agora contra?
A oposição até pode achar que, nestas circunstâncias, fazia melhor. Mas votar contra quando, com reconhecimento, as contas são bem melhores, não faz sentido. Ou então é ingenuidade minha e achavam que antes estava mesmo tudo bem. Talvez seja isso.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista