16 May 2022
Bruno Aragão *
Comemorámos mais um dia de elevação a cidade. Estas comemorações servem de balanço sobre estes quase 40 anos de cidade, mas impelem-nos também a pensar o futuro. Tentemos, neste pequeno espaço, as duas coisas:
1. Em 1984 Oliveira de Azeméis gozava de uma reconhecida centralidade regional.
2. Essa centralidade manteve-se ainda uns anos, mas decididamente foi perdendo força com a entrada da década de 90. Os outros concelhos tornaram-se competitivos, apostaram nas suas cidades, e nós fomos perdendo fôlego, por más opões ou escolhas tardias.
3. Tudo se degradou mais a partir de 2005. Com o doloroso processo de saneamento financeiro de 2007, sofremos um impacto de quase 15 anos que, financeiramente, terminaria só em 2020. Esse tempo já não o recuperamos e as outras cidades também não esperaram por nós.
4. Hoje todos reconhecemos as consequências para a cidade, as suas debilidades e a necessidade de atrair pessoas e vida. É agora tão evidente que até aqueles que nos geriram 40 anos o assumem.
5. Mas quando olhamos o futuro sabemos que um concelho forte tem sempre uma centralidade forte, que irradia em todo o seu território. Que permite que as freguesias se virem para essa centralidade e não para a dos territórios vizinhos, como acontece.
6. Por isso investimentos como o Parque Urbano, o Cine-teatro Caracas ou o Mercado são tão relevantes para criar centralidade.
7. E devemos perguntar porque é que, por exemplo, estruturas como o Burger King ou o McDonald’s, há anos em concelhos vizinhos, se começam a instalar em Oliveira de Azeméis? Pela razão de que começam a olhar para a cidade como um território atrativo. E esta é a grande mudança.
8. As centralidades têm o efeito que todos conhecemos: umas coisas chamam as outras e todas juntas chamam pessoas. E o futuro é isso. Todo o esforço para recriar uma grande cidade.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista