Visão de futuro

Daniel Kahneman e Amos Tversky, considerados os pais da Economia Comportamental, definiram-no muito bem, em 1971, no que ficou conhecido como a Lei dos Pequenos Números. Na verdade, não é uma lei, é uma forma do nosso cérebro processar informação. De maneira simples, significa que tendemos a confiar e tirar conclusões de informações com poucos dados. Entre outras coisas, porque o nosso cérebro não é um grande estatístico e porque, os grandes números, são mais difíceis de lidar.
Li sobre isto há uns tempos, num livro com um título curioso (“Pensar, depressa e devagar), do Daniel Kahneman, Prémio Nobel da Economia. E há uns dias, recordei-me disto a propósito do Plano de Resolução e Resiliência, de que já estamos um pouco cansamos de ouvir. Parece-nos demasiado distante, grandes números muito afastados do nosso dia-a-dia. Porém, esses grandes números de milhões, à medida que se vão distribuindo, tornam-se mais compreensíveis e mais próximos. 
No PRR, quando começamos a tornar os números mais simples, percebemos, por exemplo, que Oliveira de Azeméis surge, no país, como um dos concelhos com maior valor de financiamento já atribuído. Esse valor, de mais de 115 milhões de euros, tem como projeto mais valioso a Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial no Sector das Duas Rodas. Parece novamente uma coisa muito distante, mas que se torna próxima de nós quando percebemos que o seu objetivo é apresentar 58 novos produtos, reduzir em 31% as emissões de CO2 e criar 1114 novos postos de trabalho. E o mais fundamental: continuar a fazer de Oliveira de Azeméis uma das capitais deste sector. E isso influencia a vida de muitas empresas, de muitos trabalhadores, de muitos empregos, de muitas famílias, de muitas pessoas, de muito comércio. Parece distante, mas está aqui bem perto. 
  
  * Presidente da Comissão Política Concelhia