14 Jun 2023
Bruno Aragão *
Resíduos Sólidos Urbanos. Um nome que só é técnico na fatura. RSU, como aparece muitas vezes. Para a esmagadora maioria de nós é lixo, lixo doméstico. É tão simples que se resume, muitas vezes, a dois pequenos gestos: saco e contentor. E pronto, não fazemos a mais pequena ideia do que acontece às toneladas de lixo que produzimos todos os anos.
Só para termos uma noção, cada oliveirense produziu em 2021, em média, quase meia tonelada de lixo durante o ano. Quase o dobro do que se produzia há 20 anos.
Mesmo que as nossas rotinas pareçam iguais, os nossos hábitos de consumo tornam-se todos os anos mais pesados. E, com eles, os custos do tratamento dos RSU, lixo que depois de colocado no contentor esquecemos como se deixasse de existir. Não deixa e pesa cada vez mais na fatura. Os custos de tratamento do lixo são de tal forma pesados, financeira e ambientalmente, que tenderão a aumentar nos próximos anos.
Há, no entanto, uma solução: separar. Entre outras, sobretudo ambientais, a razão é simples. Quanto mais se separar, menos resíduos sólidos urbanos vão para contentor e, portanto, menos será o custo do tratamento e menor a fatura. Se conseguíssemos fazer uma boa separação dos lixos, possivelmente enviaríamos para contentor menos 60 a 70% do volume. A fatura reduzir-se-ia praticamente em igual proporção. E como se consegue isso? Reciclar o que é reciclável e, depois, separar o máximo possível: bioresíduos para combustagem, lenhas de poda para biomassa, têxteis, como roupa e sapatos, em contentores especializados.
Este é o desafio dos próximos anos. Não apenas adaptar consumos às exigências ambientais, como aconteceu com os sacos, mas separar o máximo. Será o trabalho dos municípios: desenhar sistemas de recolha em que cada consumidor paga o peso do lixo que faz. Quanto mais reciclar e separar, menos pesa e menos paga. É um desafio do tamanho do planeta.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista