Visão de futuro

Há 15 dias, a propósito de mais um ano letivo, debatia nesta coluna a importância da Escola Pública. Em 50 anos, construímos um sistema educativo que teve de fazer em cinco décadas o que outros países fazem há mais de um século. Dou um exemplo. Há 20 anos, em 2002, a Roménia tinha quase 80% dos jovens entre os 20 e os 24 anos com, pelo menos, o nível secundário. Em Portugal esse valor não chegava a 55%. Nesse ano, o ano em que entrei para a Universidade, mais de metade dos jovens não frequentavam o ensino superior. Da minha turma talvez apenas um terço tenha seguido. Só para percebermos o ponto de partida, em 1975 a Roménia tinha já mais do dobro da população com ensino pós-secundário em relação a Portugal. A Suíça tinha nesse ano um número quase 400% superior a Portugal.
Cabe-nos por isso fazer o que nos compete. Era o que dizia nessa crónica de há 15 dias. E nesse ponto o Município de Oliveira de Azeméis assumiu, definitivamente, o seu papel. Em 2017 grande parte do nosso parque escolar estava profundamente degradado. Intervenções de maior ou menor dimensão foram, entretanto, realizadas nas escolas Fonte Joana, EB 2,3 D. Frei Caetano Brandão, EBS Ferreira da Silva, EB1 Maria Godinho, EB1 de Macinhata da Seixa, EB1 e Jardim de Infância de Cesar, de Pindelo, de Azagães, do Picoto, Jardim de Infância do Cruzeiro, de Vermoim ou da Feira dos Onze. A EBS de Fajões e Escola de Macieira de Sarnes estão numa fase final de intervenção e outras escolas, como Lações, Brejo, Alumieira e Palmaz, encontram-se em requalificação profunda.
Na velha política, aquela que alimenta a oposição, está tudo muito mal, como até 2017 estava tudo excelente. É, como é evidente, uma tontice. Todas estas intervenções só ocorrem ou ocorreram porque, de facto, o Município não fez a sua parte. Mas muitas outras continuam a justificar-se e a merecer esforço financeiro. O que fizemos está feito. Continuemos a fazer o que ainda não foi feito.
 
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista