13 May 2024
Bruno Aragão *
Reconhecemos todos que a nossa cidade precisa de vida e de dinâmicas. Nas últimas décadas esta realidade impôs-se e todos a sentimos. Quando, em 2017, trouxemos uma forma diferente de olhar para a gestão pública, uma questão saltou logo à vista: o edificado público. Como podíamos esperar que o centro da cidade se tornasse atrativo se praticamente todos os imóveis da Câmara Municipal estavam degradados ou mesmo devolutos?
A Casa Sequeira-Monterroso (antiga Mercantil), a Escola de Artes e Ofícios, o Mercado Municipal, o antigo edifício das Finanças, o antigo Centro de Saúde, o Cine-Teatro Caracas ou mesmo, fora da zona central, o Centro de Interpretação do Vidro, a Casa das Heras, a Estalagem de São Miguel eram edifícios degradados, alguns encerrados há anos, outros totalmente devolutos. O único que tinha um esboço de projeto era o Caracas. De resto, nada de nada. Nem projetos, nem planos, nem perspetivas de recuperação ou de utilidade. O Município pagava, nessa altura, aproximadamente meio milhão de euros em rendas.
Passaram pouco mais de seis anos. De todos aqueles imóveis, o único que não está requalificado, ou em fase de projeto ou obra é a Estalagem de São Miguel. Para todos os outros foi possível resolver os problemas legais quando existiam, pensar e desenhar o projeto, encontrar financiamento, iniciar procedimentos para a sua requalificação ou, em alguns casos, ter já a obra concluída. É financeiramente um esforço enorme, mas é sobretudo uma imperiosa necessidade de inverter anos de desinvestimento. É esse sinal público que torna também o concelho e a cidade mais atrativos para outros investimentos, seja a construção de habitação, como é muito visível, seja instalação de cadeias de restauração ou outros.
Falta-nos a Estalagem de São Miguel. Está há 25 anos fechada. É esse o esforço derradeiro para conseguirmos encerrar esta etapa. É também esse o nosso compromisso. Como até aqui. Com determinação.
* presidente da Comissão Política Concelhia do PS